
Empresas impulsionam a pesquisa na transição energética
O baixo teor de carbono do petróleo do pré-sal está relacionado a escolhas tecnológicas feitas pela Petrobras. A norueguesa Equinor é outro exemplo de companhia que investe em soluções limpas, como no campo de Bacalhau, na Bacia de Santos.
As empresas têm investidos mais dinheiro na pesquisa e no desenvolvimento de novas tecnologias, principalmente naquelas direcionadas à transição energética, segundo o CEO do Centro de Soluções de Baixo Carbono da Coppe-UFRJ, Alfredo Renault. Ele foi um dos participantes do painel “Iniciativas para a descarbonização no pré-sal” no Fórum Técnico Pré-sal Petróleo, promovido pela PPSA em comemoração aos seus 10 anos. E defendeu que as companhias incluam em seus planos estratégicos um portfólio de pesquisa para que a maturidade dos ativos seja acompanhada da redução das emissões.
“As empresas têm um papel relevante no investimento e capacidade de trabalhar com processos intensivos em capital e tecnologia. Elas são um motor na transição energética”, complementou o Superintendente de Tecnologia e Meio Ambiente da Agência Nacional do Petróleo, Gás Natural e Biocombustíveis, Raphael Moura. E citou como exemplo positivo a Petrogal, que direcionou 70% de seu portfólio de investimento em pesquisa e desenvolvimento tecnológico para a descarbonização e a transição energética.
Na Petrobras, o uso de tecnologias foi fundamental para que a companhia conseguisse produzir petróleo de baixo teor de carbono no pré-sal. “O pré-sal opera com emissão tão baixa não só por uma questão geológica, mas também por conta das suas escolhas tecnológicas. O pré-sal é a soma da qualidade do reservatório com o fato de que alguns campos operam com mais de 99% de aproveitamento de gás, por exemplo”, disse a Gerente Executiva de Mudanças Climáticas da petrolífera, Viviana Coelho.
Da mesma forma, a Equinor também caminha para reduzir as emissões do óleo que extrai no Brasil. No campo de Bacalhau, no pré-sal da Bacia de Santos, a empresa norueguesa tem adotado medidas para, além de maximizar a produção, reduzir a pegada de carbono e aumentar a eficiência energética do projeto.
Um dos meios adotados para isso foi a escolha pela instalação de turbinas a ciclo combinado no FPSO do campo, que utilizam o calor gerado nas operações a gás para alimentar processos a vapor e assim gerar eletricidade. Combinadas, as duas turbinas – a gás e vapor – ampliam a eficiência do ativo, de acordo com o Gerente de Reservatórios do Campo de Bacalhau, Elysio Nogueira.
O painel foi moderado pela Assessora de Planejamento Estratégico da PPSA, Leandra Ribeiro.
Assista ao painel na íntegra: