Produção brasileira de petróleo bate recorde no mês de novembro

A produção de petróleo e gás natural no Brasil, em novembro, totalizou 3,950 milhões de barris de óleo equivalente por dia (MMboe/d), sendo aproximadamente 3,090 milhões de barris diários (MMbbl/d) de petróleo e 137 milhões de metros cúbicos por dia (MMm³/d) de gás natural. A produção do mês superou os recordes registrados em agosto, quando foram produzidos 3,828 MMboe/d, sendo 2,989 MMbbl/d de petróleo e 133,3 MMm³/d de gás natural, de acordo com dados recém divulgados da Agência Nacional do Petróleo, Gás e Biocombustíveis (ANP).

Em relação ao mês anterior, a produção de petróleo registrou um aumento de 4,3%, enquanto que a produção de gás natural registrou um aumento de 3,8%. Na comparação com novembro de 2018, a produção de petróleo registrou aumento de 20,4%, enquanto que a produção de gás natural registrou aumento de 21,6%.

Lula, na Bacia de Santos, foi o campo que mais produziu petróleo, uma média de 1,063 MMbbl/d, e também o maior produtor de gás natural: média de 44,7 MMm3/d.

Destaque para a produção do pré-sal, que teve aumento de 8,1% em relação a outubro, totalizando 2,588 milhões de barris de óleo equivalente por dia (MMboe/d), sendo 2,061 milhão de barris por dia (MMbbl/d) de petróleo e 83,7 milhões de metros cúbicos por dia (MMm3/d) de gás natural.

Na comparação com novembro de 2018, o aumento foi de 42,5%. A produção do pré-sal correspondeu a 65,5% do total produzido no Brasil e superou o recorde registrado em agosto de 2019, quando foram produzidos 2,427 MMboe/d.

Em novembro, o aproveitamento de gás natural foi de 97,5%, sendo disponibilizados ao mercado 66,4 MMm³/dia. A queima de gás no mês foi de 3,432 MMm³/d, uma redução de 2,1% se comparada ao mês anterior e de 18,5% se comparada ao mesmo mês em 2018.

Os dados de produção de novembro estão disponíveis na página do Boletim Mensal da Produção de Petróleo e Gás Natural

 

Pré-Sal Petróleo lança sistema digital para planejar, com um ano de antecedência, cargas de petróleo e gás da União

A partir de janeiro de 2020, todas as cargas da parcela de petróleo da União nos contratos de regime de partilha de produção passarão a ser programadas pela Pré-Sal Petróleo por meio de um sistema digital. O serviço, que tem a tecnologia “Software As a Service (Saas)”, permitirá simular as cargas da União com antecedência de até um ano para cada um dos 17 contratos. SegundoNelson Almeida, superintendente de comercialização da companhia, a iniciativa, pioneira no mercado, dará maior flexibilidade ao planejamento comercial, agilizando o trabalho e garantindo maior competitividade na comercialização. “Além disso, em função da adoção do sistema, a Pré-Sal Petróleo poderá manter uma equipe enxuta para a realização desta atividade, apesar do aumento significativo da demanda esperada para os próximos anos”, explica.

 

A ferramenta utilizada será o Sistema de Gestão de Gastos de Partilha de Produção (SGPP), desenvolvido inicialmente para gerir os contratos de partilha de produção, porém estendido para outras áreas da empresa. As primeiras cargas a serem programadas pelo sistema serão referentes aos contratos de Mero (Libra), Entorno de Sapinha e Lula, já comercializadas pela companhia para a Petrobras e a Total.

 

“Em cada contrato há um acordo estabelecendo as regras de retirada de carga e de empréstimo de cargas entre os consorciados. Em geral, as empresas retiram suas cargas em volumes que variam de 250 mil a um milhão de barris, dependendo do contrato. Hoje, como ainda temos poucas áreas com produção, fazemos tudo manualmente com planilhas. Porém, sabemos que nossa produção é crescente. Em 2032, atingiremos o pico de produção com 1,2 milhão de barris diários. Com a tecnologia, não só otimizaremos as horas de trabalho, como teremos uma visão melhor do cenário à frente, podendo programar a comercialização da União com antecedência e obter melhores resultados”, disse Almeida.

 

O gerente de Tecnologia da Informação, André Onofre, ressalta que o sistema garantirá também maior transparência, segurança e rastreabilidade nas operações. Todas as atividades de comercialização ficarão registradas – do planejamento da carga à nota fiscal da venda do óleo -, facilitando, por exemplo, a auditoria por órgãos de controle. Atendendo às regras de conformidade da empresa, nenhum dado poderá ser apagado do sistema.

 

Com a ampliação da abrangência do SGPP, a Pré-Sal Petróleo também passará a registrar no sistema todas as negociações realizadas com parceiros para o fechamento de Acordos de Individualização da Produção (AIP) e as eventuais Equalizações de Gastos e Volumes decorrentes destes acordos. As negociações para a celebração de um AIP podem levar até 18 meses e possuem um fluxo intenso de reuniões, redação de documentos, pareceres jurídicos e aprovações internas, o que, a partir de agora, será integralmente realizado pelo sistema. “Atualmente estamos analisando 15 potenciais acordos de individualização da produção, com diversos operadores. É uma quantidade enorme de informação a ser gerenciada. Estamos confiantes de que o SGPP será fundamental para esse processo”, explicou Onofre.

 

O SGPP é composto de dez módulos e desde julho de 2019 já está sendo plenamente utilizado para agilizar atividades de registro de votos de consorciados, conteúdo local, auditoria do custo em óleo, reconhecimento e recuperação de custos nos contratos de Libra, Uirapuru, Alto de Cabo Frio Central, Peroba, Dois Irmãos, Três Marias, Alto de Cabo Frio Oeste e Sul do Gato do Mato. A equipe técnica da companhia também tem acesso, pelo sistema, ao monitoramento da produção de cada contrato e ao cálculo do excedente emóleo da União.

 

Segundo Onofre, o próximo desafio é acrescentar ao SGPP ferramentas de Analytics e de inteligência artificial, o que permitirá tanto o acompanhamento de todas as atividades dos projetos em tempo real quanto a produção de relatórios customizados, comparando dados entre os contratos de partilha de produção. Uma das vantagens técnicas do sistema é o fato de ser escalável, permitindo que a companhia acrescente a gestão de futuros contratos de partilha nos próximos anos. A integridade e o sigilo de dados de cada contrato também são garantidos e resguardados pelo sistema.

 

A Pré-Sal Petróleo é uma empresa vinculada ao Ministério de Minas e Energia e tem como missão maximizar os resultados econômicos nos contratos de partilha de produção, na representação da União nos procedimentos de individualização da produção e na gestão dos contratos de comercialização de petróleo, gás natural e outros hidrocarbonetos fluidos da União.

 

PPSA participa da Offshore Brazil Oil & Gas + FPSO Brazil Summit 2019

O superintendente de Desenvolvimento e Produção da Pré-Sal Petróleo, o engenheiro Luiz Guilherme Santos, apresentou o estudo “Estimativas de Resultados nos Contratos de Partilha de Produção” durante o Offshore Brazil Oil & Gas + FPSO Brazil Summit 2019, realizado no Sheraton Grand Hotel, no Rio, no dia 10 de dezembro. Santos participou do painel FPSO Tenders & Contracts , ao lado de executivos da Rystad Energy e Baker Huges. De acordo com o estudo, os 17 contratos de partilha de produção demandarão investimentos de R$ 560 bilhões entre 2020 e 2032. Entre as demandas, 28 FPSOs.

Santos falou também das oportunidades e desafios do pré-sal, citando especialmente temas relacionados ao gás produzido: a necessidade deotimização das plantas de processo dos FPSOs e o desenvolvimento de processamento e bombeamento de fluidos submarino para enfrentar o aumento da razão gás-óleo e afalta de infraestrutura de exportação de gás.

Clique aqui para fazer download da apresentação.

 

Presidente da Pré-Sal Petróleo recebe prêmio 100 Mais Influentes da Energia de 2019

O diretor-presidente da Pré-Sal Petróleo, Eduardo Gerk, recebeu, na noite desta terça-feira (10), o Prêmio 100 Mais Influentes da Energia de 2019, na categoria Personalidades Públicas. A premiação é uma homenagem da revista Full Energy aos executivos e empresários que mais se destacaram nos últimos 12 meses. Este evento elege as 100 personalidades do setor, divididas em 10 categorias.

A premiação, que está em sua quarta edição, tem como objetivo mostrar a importância e prestar um tributo às pessoas que se destacaram nas várias áreas do setor de energia no Brasil no decorrer do último ano.

A premiação foi realizada no Hotel Maksoud Plaza, em São Paulo, e contou com a presença de executivos do setor. A eleição se deu por votação aberta ao público, através do site www.fullenergy.net, bem como pelo setor de pesquisa do Grupo Mídia, que fez uma análise de dados e informações de mercado. A partir dessas indicações, o Conselho Editorial do Grupo Mídia, formado por editores, jornalistas e diretores, escolheu a lista final de nomes a serem premiados.

 

SGPP escolhido como case de sucesso pela IBM

O Sistema de Gestão de Gastos de Partilha de Produção (SGPP), em operação pela Pré-Sal Petróleo desde agosto, foi escolhido como case de sucesso pela IBM e apresentado pelo gerente de Tecnologia da Informação, André Onofre, no Automation Transformation Day, realizado pela IBM, em São Paulo, dia 5 de dezembro.
Onofre apresentou os benefícios do sistema em uma conversa com Felipe Cotait, diretor da Stefanini Scala, desenvolvedora do projeto, para uma plateia de mais de 200 convidados.
Composto de dez módulos, o SGPP conta com tecnologia “Software As a Service (Saas) da IBM e atende às três áreas de atuação da Pré-Sal Petróleo: gestão dos contratos de partilha de produção, representação da União nos procedimentos de individualização da produção e comercialização de petróleo e gás natural da União. O sistema já está sendo plenamente utilizado nos contratos de Libra, Uirapuru, Alto de Cabo Frio Central, Peroba, Dois Irmãos, Três Marias, Alto de Cabo Frio Oeste e Sul do Gato do Mato e, a partir de janeiro, todas as cargas da parcela de petróleo da União nos contratos de regime de partilha de produção também passarão a ser programadas pelo SGPP. O sistema permitirá simular as cargas da União com antecedência de até um ano para cada um dos 17 contratos.
A partir do próximo mês, a companhia também passará a registrar no sistema todas as negociações realizadas com parceiros para o fechamento de Acordos de Individualização da Produção (AIP) e as eventuais Equalizações de Gastos e Volumes decorrentes destes acordos.
Segundo Onofre, o sistema garantirá maior transparência, segurança e rastreabilidade nas operações. O próximo desafio, diz ele, é acrescentar ao SGPP ferramentas de Analytics e de inteligência artificial, o que permitirá tanto o acompanhamento de todas as atividades dos projetos em tempo real quanto a produção de relatórios customizados, comparando dados entre os contratos de partilha de produção.

 

Osmond Coelho Junior é o novo diretor de Gestão de Contratos da Pré-Sal Petróleo

O Conselho de Administração da Pré-Sal Petróleo nomeou nesta quinta-feira, 28, o engenheiro Osmond Coelho Junior como diretor de Gestão de Contratos da Pré-Sal Petróleo para um mandato de dois anos. O engenheiro iniciou sua carreira em 1981 na Petrobras. Desde 2016, atuava como Gerente Geral de Concepção e Implantação de Projetos de Libra. Osmond iniciará suas atividades na Pré-Sal Petróleo no dia 2 de dezembro. Com a nomeação de Osmond, a diretoria da Pré-Sal Petróleo fica completa, com Eduardo Gerk na presidência, Paulo Carvalho à frente da Diretoria Técnica e de Fiscalização e Samir Awad na Diretoria de Administração, Controle e Finanças.

Osmond é graduado em Engenharia de Construção e Fortificação pelo IME (1980), com Pós-Graduação em Engenharia de  Petróleo  na Universidade Petrobras (1983), em Engenharia Econômica pela UFRJ (1986) e em Propaganda e Marketing pela

ESPM-RJ (1988). Possui MBA em Gestão de Ativos pela FGV-RJ (2004) e em Gestão Avançada pela COPPE-AD (1998 e 2007). O executivo possui mais de 35 anos de experiência na indústria de óleo e gás. Na Petrobras, também atuou como Gerente Executivo de Investimentos de Gás e Energia, Gerente Executivo da América do Norte, África e Eurásia, Gerente Executivo de Sondas e Unidades de Produção, Gerente Executivo de Projetos de Desenvolvimento da Produção e Gerente Geral de Desenvolvimento da Produção no Pré-Sal.

 

O cenário brasileiro e os desafios da indústria do petróleo

A busca por novos campos gigantes foi o tema central do último painel do 2º Fórum Técnico Pré-Sal Petróleo e um dos consensos dos palestrantes foi de que o Brasil tem um papel relevante no cenário das futuras descobertas. Fizeram parte do painel Pedro Zalan, diretor da Zag Consultoria; Ricardo Bedregal, diretor de Pesquisa e Consultoria da IHS Markit; José Mauro Coelho, diretor de Estudos do Petróleo, Gás e Biocombustíveis da Empresa de Pesquisa Energética (EPE); e o diretor de Administração, Controle e Finanças da Pré-Sal Petróleo, Samir Awad, moderador dos debates.

O potencial exploratório do pré-sal, bem como seus impactos sobre a geopolítica do setor, pode ser analisado em conjunto com questões como restrições da infraestrutura e logística, a competitividade da indústria brasileira e a expectativa em relação à velocidade da monetização das novas descobertas de óleo e gás natural, comentou Awad.

Segundo Awad, em uma década, o pré-sal saiu de uma produção de 100 mil barris por dia para cerca de dois milhões de barris por dia, velocidade que tem sido crescente e que revela a importância de investimentos em infraestrutura voltados, por exemplo, para o escoamento de gás e petróleo. E, conforme alertou, atualmente, já há gargalos, que aumentarão com as futuras descobertas de reservas. “Não se consegue produzir 2 milhões em 10 anos sem as dores do crescimento”, disse.

Pedro Zalan trouxe para o debate o potencial de novas reservas do pré-sal, além dos limites das áreas conhecidas de produção e de blocos exploratórios concedidos até então (ultra-fronteiras). Até o momento, no pré-sal, a Petrobras já descobriu cerca 40 bilhões de barris de óleo equivalente recuperáveis entre recursos provados e contingentes, mas, segundo ele, o potencial ainda não explorado é extraordinário. Considerando o valor inferior da faixa de incerteza estimada de alguns dos maiores prospectos mapeados, algo entre 20 e 30 bilhões de barris de óleo equivalente podem ser descobertos nas áreas ultra-fronteiras. Os dois maiores complexos mapeados foram o Puri (3,3 mil km) e Xavante (5 mil Km), situados para além das 200 milhas náuticas. Puri já está escalado para a 17Rodada da ANP. “A probabilidade de descoberta de campos super-gigantes e gigantes nas ultra-fronteiras existe, e é alta”, disse.

Ricardo Bedregal expôs questões ligadas ao futuro da indústria brasileira de petróleo em um cenário global cada vez mais desafiador e concluiu mostrando que o Brasil reúne condições, no curto e longo prazo, para ser relevante no mercado internacional. Entre as variáveis relacionadas por ele que influenciam a demanda e os preços do petróleo, fundamentais portanto para analisar a posição brasileira no mapa do setor, estão: panorama global, como o aumento da produção e das exportações dos Estados Unidos e o acordo da Opep com o Clube de Viena, que resultou em corte de produção e correlata pressão sobre preços; o cenário político e econômico da América Latina, alterando a geopolítica do petróleo na região; e as recentes reformas realizadas no Brasil. Bedegral observou que a conjuntura internacional vem pressionando os preços do petróleo, sobretudo em função da redução do ritmo de crescimento econômico global e de seus efeitos sobre a demanda de óleo e gás. Caso os preços se mantenham nos próximos dois anos, a produção americana tenderá à estabilidade, ou mesmo a uma queda.

O Brasil, segundo Bedegral, fez o dever de casa, realizando as reformas possíveis para aumentar a competitividade e o dinamismo da indústria do petróleo. “Ainda há desafios a serem vencidos, mas isso claramente modificou a percepção de risco do Brasil em relação à indústria global”, disse, referindo-se a um mapeamento das posições dos países latino-americanos no setor de óleo e gás, com base nas questões políticas, legais e econômicas.

“Antes das reformas, o Brasil estava na posição 52, comparado aos demais países, onde um é o melhor. Agora, passou para a posição 41, mostrando vantagem competitiva em relação aos seus vizinhos”, concluiu. Mas há desafios, entre eles o de explorar a competitividade do gás do pré-sal, superando atuais restrições.

Os desafios para a infraestrutura de escoamento na maximização do valor das reservas de óleo e gás do pré-sal foi o tema abordado por José Mauro Coelho, da EPE. A produção de gás natural brasileira, segundo projeções da EPE, deve crescer significativamente até 2030, liderada, sobretudo, pela produção nos campos do pré-sal. Apesar disso, há desafios a serem enfrentados. O Brasil produziu em 2018, 2,6 milhões de barris por dia petróleo, e as projeções da EPE apontam para uma produção de 5,5 milhões em 2030. Ou seja, dobrará sua produção em apenas 10 anos, situando-se entre os cinco maiores produtores e exportadores de petróleo do mundo, com mais 3 milhões de barris por dia. Mais do que a produção atual. É preciso, portanto, atenção especial para a investimentos em logística e infraestrutura adequadas, a fim de garantir a geração de valor da produção futura.

Em relação ao gás natural, a EPE projeta uma produção bruta de 261 milhões de metros cúbicos por dia em 2030 (no ano passado foi de 112 milhões de metros cúbicos/dia). Apesar dos números positivos, há desafios para essa oferta de gás natural. Um dos principais, segundo Coelho, reside em como monetizar o gás do pré-sal, efetivamente.

“Temos os desafios em relação ao teor do CO2. Muitos campos do pré-sal têm concentração de CO2 diferentes de outras regiões, com características específicas, podendo chegar até 80% na composição do gás”, disse ele, acrescentando que a agenda brasileira para 2030 deve incluir investimentos em tecnologias que permitam a mitigação do elevado teor de CO2 do gás natural dos novos campos e em infraestrutura para equacionar problemas de gargalo de escoamento e da distância entre os campos e a costa.

 

Bento Albuquerque destaca papel da PPSA no Fórum Pré-Sal Petróleo

O Brasil tem oportunidade para se tornar um dos cinco maiores produtores de petróleo nas próximas décadas e a Pré-Sal Petróleo é agente importante na concretização das metas previstas pelo governo brasileiro. Com essas palavras, o Ministro de Minas e Energia, Bento Albuquerque, abriu sua participação no 2º Fórum Técnico Pré-Sal Petróleo, realizado pela companhia.

Para justificar a relevância da Pré-Sal Petróleo no cenário atual da indústria do petróleo no Brasil, Albuquerque citou os resultados apresentados pela empresa, tanto nos contratos de partilha da produção quanto nos acordos de individualização para a produção e na comercialização da parcela do óleo bruto da União. “São 25 os contratos que administra, do quais 14 de partilha e 11 acordos de individualização da produção. E em 2020, serão 28 contratos, com os três novos contratos de partilhas, resultantes do último leilão realizado em 2019”, citou ele.

Os resultados, segundo informou, vão além: na comercialização, a companhia será responsável por uma receita de R$ 571 milhões já este ano. Um dos contratos da recente cessão onerosa, o da área de Búzios, já possui quatro plataformas em operação, produzindo mais 400 mil barris de óleo equivalente por dia.

Ao falar dos desafios do setor, Albuquerque destacou o da manutenção do planejamento plurianual para jornadas de licitações, tendo em vista que grande parte das áreas do interior do polígono do pré-sal já foram objeto de exploração. Segundo ele, o governo vem fazendo sua parte, ao ampliar a atratividade do desenvolvimento dos campos, respeitando contratos, por meio de segurança jurídica. As próximas rodadas incluirão os blocos de Atapu e Sépia, que não foram arrematados na sexta rodada e os volumes excedentes desses campos, “com os aperfeiçoamentos que se fizerem necessários”, enfatizou.

O governo, informou o Ministro, também está atento às possibilidades do avanço das atividades exploratórias para além das 200 milhas náuticas. “A oferta de área nessa extensão da plataforma continental brasileira demandará ajustes na nossa legislação”, disse ele, complementando: “Há que se tratar da arrecadação de participações governamentais e de sua distribuição aos entes federados pela produção de petróleo e gás para além dessa área”.

Segundo Albuquerque, o governo também está ciente da necessidade de segurança jurídica para a atração de investimentos. “Nossa trajetória será plena de desafios na próxima década, seja pela continuidade da oferta de blocos de elevado potencial e baixo risco dentro do polígono do pré-sal ou pela exploração da área para além da plataforma continental. Para nos ajudar a enfrentar esses desafios contamos com o Congresso, com a indústria e, particularmente, com a Pré-Sal Petróleo”, concluiu o ministro para uma plateia de cerca de 200 executivos do setor.

 

Mil dias para o primeiro óleo: um desafio tecnológico

O diretor de Exploração e Produção da Petrobras, Carlos Alberto Pereira de Oliveira, lançou o “desafio da velocidade” no primeiro painel do 2º Fórum Técnico Pré-Sal Petróleo, apresentando a ambiciosa meta da empresa de reduzir o tempo entre a descoberta e o primeiro óleo dos atuais até três mil para mil dias. Para a Petrobras, a meta dos mil dias cristaliza a velocidade de implantação dos projetos como o maior desafio a ser vencido pela conjugação de tecnologia e cooperação Estado-empresas de modo a antecipar resultados e maximizar valores.

Oliveira ressaltou que abreviar etapas e acelerar a produção “é positivo para as empresas e para a União”. Para ele, a concentração de esforços nesse objetivo pode, por exemplo, contribuir para que as participações governamentais geradas pela produção de petróleo pelo regime de partilha da produção cheguem antes de 2055 aos R$ 2,3 trilhões.

Este número foi apresentado na abertura do Fórum, em palestra feita pelo presidente da Pré-Sal Petróleo, Eduardo Gerk, como projeção a partir do estudo realizado pela área de Planejamento Estratégico da empresa, em colaboração com a Agência epbr. O estudo, concentrado no período 2020-2032, estimou o valor das participações governamentais no período na cifra de R$ 1 trilhão. O diretor da Petrobras previu que já em 2025, com uso de tecnologias disruptivas, será possível descobrir petróleo sem necessidade de perfurar um poço exploratório.

O diretor Técnico e de Fiscalização da Pré-Sal Petróleo, Paulo Carvalho, que moderou o painel, mostrou que há total afinidade entre os esforços das empresas e consórcios que já assinaram contratos no regime de partilha da produção e o objetivo primordial da companhia estatal, que é “maximizar o valor do petróleo do pré-sal para a União”. Carvalho enfatizou que essa afinidade está resumida no simples fato de que “não se consegue maximizar os resultados para a União sem maximizar para todos”.

“Como já foi dito aqui, o tempo é muito importante”, disse o gerente Técnico de Subsuperfície no Projeto Carcará da Equinor, Lars Jetlund Hansen, ao apresentar o trabalho que a companhia norueguesa vem fazendo para extrair o primeiro óleo do contrato do Norte de Carcará em 2023. A previsão oficial é que a produção deva se iniciar em 2024. De acordo com o executivo, a entrega do Plano de Desenvolvimento da área está prevista para o primeiro semestre de 2020. Norte de Carcará é uma parceria da Equinor (operadora), com 40%, ExxonMobil Brasil, com outros 40%, e Petrogal Brasil, com 20%.

Hansen destacou que a melhor solução tecnológica para o desenvolvimento mais produtivo de Carcará Norte, ao menos na conjuntura atual, é pela via da reinjeção do gás produzido, com injeção adicional de água, sem abandonar os estudos sobre a possibilidade de comercialização futura da produção de gás do campo. A informação do técnico da Equinor reforçou a afirmação feita momentos antes por Carvalho, da Pré-Sal Petróleo, de que, de acordo com os dados disponíveis, construir agora a infraestrutura necessária à comercialização do gás “inviabilizaria economicamente os campos”.

Bruno William, engenheiro de Perfuração de Poços e Líder de Transformação Digital da Shell Brasil, disse que a empresa vem trabalhando na criação de valor pela via da otimização da perfuração e completação de poços. A Shell Brasil está nos contratos de partilha do pré-sal como operadora do campo de Saturno, do qual detém 50% do capital (os outros 50% são da Chevron), e no de Três Marias, onde detém 40%, em parceria com a Petrobras (operadora, 30%) e a Chevron (30%).

William disse que tanto na condição de operadora como na de parceira, a Shell está desenvolvendo 107 iniciativas em diferentes níveis de operação que têm como objetivo principal reduzir o impacto do tempo de exploração e desenvolvimento, na linha de acelerar a produção e ganhar velocidade no retorno financeiro. Uma dessas iniciativas da Shell busca alcançar a completação de um poço no pré-sal em apenas 26 dias.

Todo esse discurso concentrado na velocidade das ações tem um objetivo que ficou implícito no painel que é a maximização do retorno em uma conjuntura de transição para uma economia baseada em energias limpas e renováveis. O que se busca é utilizar os recursos da indústria 4.0 como alternativas para monetizar a riqueza dos hidrocarbonetos paralelamente a esse processo de transição.

Na palestra que encerrou o painel, Adriano Bastos, presidente da BP Upstream Brasil, disse que a BP sente-se confortável para falar dessa transição porque ela mesma já transitou da condição de empresa de petróleo para empresa energética. “O que nos trouxe até aqui não vai nos levar ao futuro”, disse o executivo, ressaltando a necessidade de conjugar novos processos produtivos com estabilidade jurídica que garanta os investimentos no longo prazo.

A BP Energy lidera o consórcio do campo de Pau-Brasil como operadora e detentora de 50% do capital, em parceria com a Ecopetrol (20%) e a CNOOC Petroleum (30%). Bastos disse que Brasil é considerado um exemplo mundial pela limpeza da sua matriz energética e afirmou que o gás será um elemento importante para acelerar a transição em curso, defendendo a monetização da molécula, seja pela via da comercialização ou da reinjeção.

 

Pré-Sal: R$ 2,3 trilhões em participações governamentais em 35 anos

O presidente da Pré-Sal Petróleo, Eduardo Gerk, anunciou, durante o 2º Fórum Técnico Pré-Sal Petróleo, que as participações governamentais da União, estados e municípios, resultantes de 17 contratos de partilha de produção, atingirão R$ 2,33 trilhões até 2055, quando todos os contratos terão completado 35 anos. Os cálculos levam em conta os 14 contratos de partilha de produção já assinados pela companhia e os três que serão firmados em 2020.

De acordo com Gerk, o número representa “uma extrapolação” feita pelo estudo para além do seu foco principal, o período de 2020 a 2032, quando as participações governamentais, medidas detalhadamente a partir de algumas premissas mercadológicas, alcançarão R$ 1 trilhão. O número representa a soma de R$ 424 bilhões a serem arrecadados com a comercialização da parcela do óleo que cabe à União nos contratos de partilha, R$ 349 bilhões em royalties a serem pagos à União, estados e municípios e R$ 227 bilhões em impostos federais, basicamente, Imposto de Renda e Contribuição Social sobre o lucro líquido.

“É um estudo feito com muita responsabilidade e até, de certa forma, conservador, por uma equipe que, talvez, seja a que mais conheça desse tema”, disse. Os cálculos econômicos foram feitos com base em preços de US$ 60 por barril de petróleo e de US$ 5 por milhão de Btu de gás natural, a um câmbio fixo de R$ 4 por dólar.

Os valores em reais resultam de uma produção de petróleo dos contratos de partilha de produção que, saindo de 80 mil barris por dia em 2020, chegará a 2032 em 3,89 milhões de barris por dia, um milhão a mais do que toda a produção diária brasileira em setembro deste ano, último número disponível nas estatísticas da Agência Nacional do Petróleo, Gás Natural e Biocombustíveis (ANP). A parcela de óleo da União sairá de 10 mil barris por dia, no próximo ano, e chegará a 2032 em 1,22 milhão de barris/dia. “É o equivalente à produção de uma companhia de petróleo de grande porte”, enfatizou Gerk.

Para alcançarem os R$ 424 bilhões previstos no estudo, as receitas anuais da comercialização do óleo da União a ser feita pela Pré-Sal Petróleo sairão de R$ 600 milhões, em 2020, para R$ 101,8 bilhões, em 2031, e R$ 110 bilhões em 2032. O estudo não considera os acréscimos que resultarão das 7ª e 8ª Rodadas de Partilha de Produção, a serem realizadas até 2021, e nem das áreas que não receberam ofertas na Rodada de Excedentes da Cessão Onerosa (Sépia e Atapu) e que o governo promete negociar no próximo ano.

O trabalho da PPSA estimou que os investimentos totais ao longo do período irão somar R$ 560 bilhões, sendo R$ 196 bilhões em 28 plataformas do tipo FPSO, R$ 196 bilhões na perfuração de 474 poços e R$ 168 bilhões em instalações submarinas.