3º FÓRUM: Partilha de produção deverá gerar US$ 204,4 bi para os cofres públicos em dez anos

A União, estados e municípios brasileiros deverão ter, de 2021 a 2030, uma receita total de US$ 204,4 bilhões com a exploração e produção de petróleo nos 17 contratos já assinados no regime de partilha. A estimativa inclui US$ 75,3 bilhões da comercialização da parcela do óleo produzido que caberá à União, US$ 72,4 bilhões em royalties e US$ 56,7 bilhões em tributos.

A projeção faz parte do estudo elaborado pela Pré-Sal Petróleo (PPSA) e apresentado pelo seu diretor-presidente, Eduardo Gerk, hoje pela manhã, durante o 3º Fórum Técnico Pré-Sal Petróleo, o primeiro em ambiente virtual. O estudo aponta que a produção média diária dos contratos já em vigor será crescente, com ascensão significativa a partir de 2025. Em 2030, deverá atingir 3,6 milhões de barris por dia. Nos próximos dez anos, a União deverá contar com uma produção acumulada de 1 bilhão de barris de óleo provenientes destes campos, sob gestão da Pré-Sal Petróleo (PPSA).
O presidente da PPSA mostrou que, além das receitas a serem geradas para o setor público, os contratos já assinados demandarão, até 2030, investimentos totais de US$ 122,7 bilhões por parte das empresas envolvidas.
Realizado pela primeira vez em 2018, o Fórum vem conquistando reputação como um dos principais espaços de debate acerca da inovação na indústria do petróleo brasileira, uma vez que a produção na camada pré-sal representa a vanguarda e o futuro da indústria do petróleo e gás no país. A PPSA é responsável pela gestão dos contratos de partilha de produção e pela comercialização da parcela de óleo e gás que cabe ao estado brasileiro, nesses contratos.
Nesta terceira edição do Fórum, além da atualização do estudo feito anualmente pela PPSA estimando as receitas e atividade econômica geradas pelos contratos de partilha para a próxima década, foram apresentados quatro cases de superação de desafios tecnológicos por operadores de alguns dos principais campos administrados pelo sistema de partilha.
Leticia Andrade, presidente interina da Equinor Brasil, mostrou as inovações no campo de Bacalhau, Marcio Kahn, gerente executivo da Petrobras, detalhou o campo de Búzios, Gary Knaresborough, gerente geral de Desenvolvimento de Ativos da Shell, apresentou os desafios e soluções do campo de Gato do Mato e Mariana Cavassin Paes, gerente executiva da Petrobras, relatou os avanços obtidos na exploração e produção em Libra, primeira área de partilha licitada no Brasil.
Leticia disse que o primeiro óleo de Bacalhau está previsto para 2024, e destacou os esforços da Equinor para maximizar a produção e, paralelamente, reduzir ao máximo as emissões de gases causadores do efeito estufa. Kahn ressaltou, com números, o gigantismo de Búzios – hoje o maior campo do pré-sal -, estimando que sua produção saltará dos atuais 600 mil barris de óleo equivalentes para 2 milhões de boe, nos próximos anos.
Knaresborough destacou a importância da experiência acumulada pela Shell em outras regiões para avançar na exploração de Gato do Mato. Ressaltou também o esforço na área digital para superar as limitações