5º Fórum Técnico Pré-Sal Petróleo debate futuro dos contratos de partilha de produção

A produção de petróleo em regime de partilha de produção, que hoje é de cerca de 668 mil barris por dia (bpd), vai ter um crescimento vertiginoso nos próximos dez anos, acumulando um total de 7,7 bilhões de barris no período.  Deste total, 1,9 bilhão será de direito da União. A projeção foi apresentada pelo Diretor-Presidente da Pré-Sal Petróleo (PPSA), Eduardo Gerk, na abertura do 5º Fórum Técnico Pré-Sal Petróleo, realizado nesta terça-feira, dia 29, no Centro de Convenções do edifício RB1, no Rio de Janeiro.

O estudo deu o panorama para as discussões realizadas no evento, que versaram sobre os desdobramentos esperados em função deste crescimento. O Fórum contou com a participação de autoridades e líderes do setor de óleo e gás e foi aberto pelo Ministro de Minas e Energia, Adolfo Sachsida. Em seu discurso, Sachsida ressaltou que as medidas tomadas pelo Governo Federal permitiram atrair investimentos para o Brasil e parabenizou a PPSA pelas iniciativas que levaram a resultados tão significativos para a União.

Até o momento, a União já arrecadou, através da PPSA, mais de R$ 6 bilhões com a comercialização das parcelas de petróleo e gás natural dos contratos e, de acordo com as projeções apresentadas durante o evento, até 2032 irá comercializar cerca de US$ 157 bilhões referentes à produção prevista.

 

A abertura do evento, assim como a apresentação do estudo está disponível no canal da epbr: https://www.youtube.com/watch?v=3wlM30kwPfU

 

O estudo da PPSA leva em conta os contratos de partilha de produção em vigor, razão pela qual os números projetados poderão crescer em função do resultado do Leilão de Oferta Permanente de Partilha, que será realizado no próximo dia 16 de dezembro. O potencial das 11 áreas que serão ofertadas foi apresentado no evento pelo Superintendente Adjunto de Avaliação Geológica da Agência Nacional de Petróleo, Gás Natural e Biocombustíveis (ANP), Ronan Ávila. A estimativa da agência é de que os 11 blocos tenham entre 24 a 40 bilhões de barris de petróleo sujeitos, como usual, ao risco exploratório. A Petrobras já exerceu o direito de preferência para Água Marinha e Norte de Brava.

 

A palestra completa de Ronan Ávila está disponível em https://www.youtube.com/watch?v=14bnzGYSdyk

 

Diante do cenário previsto para os contratos de partilha de produção, o Fórum apresentou dois painéis para debater os impactos desta expansão na logística de escoamento do petróleo e do gás natural do pré-sal. Moderador do painel de logística, o  Diretor de Administração, Finanças e Comercialização da PPSA, Samir Awad, provocou os debatedores: “ Se hoje já temos 50 navios de posicionamento dinâmico para atender a produção atual, qual será o modelo do futuro, com o crescimento da produção? Cada operador vai, individualmente, contratar mais navios”, questionou. Executivos da TotalEnergies, Petrobras e Equinor debateram o tema, apresentando os resultados dos testes com a utilização do CTV (Cargo Transfer Vessel) e iniciativas de compartilhamento de unidades de produção. Possibilidades essas que poderiam reduzir custos e minimizar os riscos de acidentes ambientais das operações.

O vídeo do painel está disponível em https://www.youtube.com/watch?v=6so4NshtRQc

 

Para debater sobre as alternativas de escoamento e transporte do gás natural, o fórum contou com palestras de executivos da Nova Transportadora do Sudoeste (NTS), da brasileira GasBridge e da canadense Enbridge. Mediador do painel, o Diretor de Gestão de Contratos da PPSA, Osmond Coelho Junior, ressaltou que “não há como discutir o benefício que a reinjeção adequada do gás traz aos projetos, mas, ainda assim, é preciso considerar que há um volume significativo de gás a ser escoado e que crescerá nos próximos dez anos”.  Os executivos debateram sobre a adoção de soluções logísticas colaborativas, competitivas e sustentáveis e reforçaram a necessidade de investimentos no setor para atender à oferta criada com o crescimento da exploração no pré-sal.

O vídeo do painel está disponível em  https://youtu.be/H6edEGZVWp0

O Fórum também contou com a participação do Chefe do Centro de Geociência Aplicada do Serviço Geológico do Brasil (CGA-SGB), Noevaldo Teixeira, que apresentou a atuação da empresa no setor de óleo e gás. Ele afirmou que o desenvolvimento sustentável do segmento energético depende de um maior investimento na exploração mineral, em razão da interdependência entre os setores. Para o geólogo, o investimento no setor mineral contribuirá para diminuir a dependência do mercado externo, aumentando internamente a oferta de insumos para a indústria na fabricação de equipamentos que são utilizados nas frentes exploratórias vinculadas à energia.

 A palestra completa está disponível em https://www.youtube.com/watch?v=vV9UjOnYwXQ

 

Mesa Técnica “Perda de Fluidos na Perfuração de Poços no Pré-Sal”

Na parte da tarde, as discussões foram voltadas para um debate técnico sobre prevenção e combate à perda de circulação de fluidos no pré-sal. A iniciativa é fruto da atuação do Comitê Tecnológico da empresa, que objetiva promover a adoção das melhores práticas nos consórcios. No início da sessão, a Diretora Técnica da PPSA, Cristiane Formosinho Conde, apresentou o trabalho do Comitê Tecnológico, enquanto o Coordenador de Engenharia de Poços da PPSA, Sergio Fonseca, compartilhou uma análise geral sobre o tema. Segundo Fonseca, a perda de fluidos de circulação é responsável por 10 a 20% do custo total da operação de perfuração.

Na sequência, os técnicos Lucas Shiguemitsu Sheigueoka, engenheiro de poços da Petrobras; Vitor Santos de Araujo, engenheiro de poços da Shell; Stephen Gleen, conselheiro de poços da Exxon Mobil e Murilo Ribeiro, engenheiro de perfuração de poços da Equinor; apresentaram a visão das operadoras sobre a questão. O evento terminou com debate entre os participantes sobre as tecnologias aplicadas para prevenir a perda e suas consequências.