Revista Firjan Petróleo: Entrevista – Perspectivas do pré-sal brasileiro

O pré-sal, uma das mais importantes descobertas do mercado de P&G do Brasil, continua atrativo. A importância desse polígono foi analisada pelo presidente da Pré-Sal Petróleo S.A. (PPSA), Ibsen Flores Lima. Para ele, o cenário é positivo para se continuar investindo.

Qual é a importância do pré-sal para a produção brasileira?

O polígono do pré-sal está entre as mais importantes descobertas de petróleo e gás natural dos últimos anos. Com ele, aumentamos significativamente a produção no Brasil, remetendo à possibilidade de retomada de crescimento da economia brasileira. Hoje, responde por 48,2% da produção de petróleo operada no país. Na Bacia de Santos, o volume produzido por poço, em torno de 21 mil barris de petróleo por dia, está muito acima da média da indústria. Dos dez poços com maior produção no país, nove estão localizados nessa área. Para se ter uma ideia do seu potencial, a produção diária no pré-sal passou da média de 41 mil barris por dia, em 2010, para 1,29 milhão de barris/dia em julho de 2017, segundo a ANP. Além disso, apresenta vantagem comparativa natural por conta da sua elevada produtividade dos poços, decorrente da alta qualidade dos reservatórios carbonáticos, extensas zonas produtoras de grande espessura e baixo risco exploratório. Isso resulta em menor investimento por unidade de volume recuperado.

Qual é o papel da PPSA na gestão dos contratos de partilha?

A PPSA é responsável pela gestão dos contratos de partilha. Nosso conhecimento e capacidade de gestão é o que garantirá à União os melhores resultados na exploração e produção do pré-sal. A empresa preside o Comitê Operacional, assim como monitora e audita a execução, as despesas operacionais e os custos de capital dos projetos de exploração, avaliação, desenvolvimento da produção e a produção em si. As despesas para recuperação do custo em óleo devem ser aprovadas pela empresa, que ainda realiza as análises técnicas e econômicas dos planos e programas a serem executados pelo consórcio. É importante ressaltar que atuamos em colaboração constante para a tomada das melhores decisões, visto que uma das nossas maiores obrigações legais é maximizar os resultados econômicos do projeto. Esse também é o objetivo final de todos os consorciados; ou seja, todos remamos em uma mesma direção.

Quais são as expectativas de prazos e demandas para o setor industrial?

O cenário é muito positivo e há boas perspectivas em relação ao pré-sal brasileiro. Fizemos importantes avanços na agenda regulatória e temos um calendário de leilões estabelecido até 2019, com mais nove rodadas previstas, o que deve oxigenar o mercado. Tudo isso somado ao respeito a contratos e a um regime fiscal atrativo.

Fonte: Revista Firjan Petróleo