Estudo mostra que serão necessários investimentos de US$ 144 bilhões nos próximos dez anos

Os 14 contratos de partilha de produção demandarão investimentos de US$ 144 bilhões para os próximos dez anos. A estimativa é resultado de um estudo produzido pela Pré-Sal Petróleo, em parceria com a Agência epbr, que mapeou os investimentos e a produção de petróleo e gás desses contratos até 2028. O estudo foi apresentado nessa terça-feira (22) no 1º Fórum Técnico Pré-Sal Petróleo, que reuniu líderes do setor para o debate sobre o tema “Regime de Partilha da Produção 5+10: Lições Aprendidas e Cenário Futuro”. O evento contou com a participaçãodo secretário executivo do Ministério de Minas e Energia, Márcio Félix, além de executivos das operadoras e diretores da Agência Nacional do Petróleo, Gás Natural e Biocombustíveis (ANP), Dirceu Amorelli e Felipe Kury, e da Empresa de Pesquisa Energética (EPE), José Mauro Coelho.

Segundo o estudo, em 2028, as 14 áreas contratadas estarão produzindo 2 milhões de barris de petróleo por dia. A parcela de excedente em óleo da União será de aproximadamente 250 mil barris de petróleo por dia. O trabalho estimou que serão necessários investimentos de US$ 50,4 bilhões em plataformas de produção, US$ 43,2 bilhões em sistemas submarinos e US$ 50,4 bilhões em poços. Estão previstas a contratação de 19 unidades FPSOs e de 316 árvores de natal molhadas para atender a produção dos consórcios no período.

O secretário executivo do Ministério de Minas e Energia, Márcio Félix, ressaltou a necessidade da manutenção do modelo de partilha no leilão de quatro áreas de excedente da cessão onerosa como forma de garantir o desenvolvimento seguro do pré-sal. “É preciso dar continuidade ao processo atual. Mudar isso às vésperas de um leilão dessa magnitude cria insegurança “, disse Félix. Segundo o executivo, a expectativa é licitar as áreas de Itapu, Atapu, Sépia e Búzios, provavelmente, no segundo trimestre de 2019.

O diretor-presidente da Pré-sal Petróleo, Ibsen Flores, destacou as metas atingidas pela empresa nesses cinco anos, como a comercialização do petróleo e de gás natural, a realização de Acordos de Individualização da Produção (AIPs) no Polígono do Pré-Sal e o resultado financeiro para a União. “Vamos entregar um resultado de R$ 1,2 bilhão em 2018. Nos próximos três anos, teremos o ingresso deR$1,4 bilhão anuais como receita da comercialização”, enfatizou Flores.

Esse resultado tende a crescer. Pelas projeções do estudo, em 2028, a comercialização do excedente em óleo da União (250 mil barris por dia) vai gerar US$ 5 bilhões de retorno para a União.

Para os parceiros e operadores, o regime de partilha se apresenta como um modelo de sucesso por diversos fatores. Segundo Fernando Borges, gerente executivo de Libra, a sinergia gerada com os diversos players ajudou a otimizar a tomada de decisões e agilizar projetos.

O vice-presidente de Exploração e Produção da Shell, German Burmeister, também considerou a agilidade como o diferencial do regime de partilha. “O que atingimos no projeto de Libra já é uma história de sucesso. Mostramos que trabalhando em conjunto conseguimos entregar o esperado. Fizemos muito em pouco tempo”.

Tanguy Cosmao, Diretor de Desenvolvimento de Negócios da Equinor, descreveu a experiência da empresa norueguesa como extremamente positiva. “Conseguimos iniciar nossa operação na parte norte de Carcará em menos de 10 meses”. Para Cosmao, o segredo para o bom andamento das operações no regime de partilha de produção é a previsibilidade, transparência e colaboração entre os diferentes atores.

Adriano Bastos, presidente da BP Energy, ressaltou que a indústria avançou mais nos últimos dois anos do que nas duas décadas anteriores. Já o diretor da ANP, Dirceu Amorelli, reafirmou a importância do pré-sal como a grande fronteira petrolífera do país. “Temos 85 poços com uma média de 17 mil barris/dia por poço. O resultado do pré-sal tem sido muito bom”. José Mauro Coelho, diretor de Petróleo, Gás e Biocombustíveis da Empresa de Pesquisa Energética (EPE), fez uma estimativa de que em 2027 a produção de óleo e gás no Brasil será quase o dobro da atual, com 5 milhões de barris/dia, sendo 4 milhões do pré-sal. Já o analista sênior de Petróleo e Gás do banco UBS para a América Latina, Luiz Carvalho, ressaltou que os investidores estrangeiros enxergam o Brasil como uma grande oportunidade. “Eles prezam a segurança jurídica, a continuidade e o respeito aos contratos”.

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